Era uma vez um garoto, há muito tempo isolado em uma ilha.
Certo dia caminhando pela beira do mar ele achou um diamante.
Oh, mas que linda era aquela joia.
Seus olhos lacrimejavam quando a olhava profundamente.
Seu coração aturdido ficava, entre vacilos e disparos.
Ele se apaixonou pela preciosa pedra.
Lapidou-a, cuidou-a e amou-a todos os dias em que estiveram juntos.
Até que um dia houve uma forte tempestade.
Uma tempestade que durou um mês.
Junto com ela, veio ladrões e piratas encalhados na ilha.
O garoto sozinho e indefeso defendeu com todas as forças seu precioso diamante.
Mas ele era lindo, muito lindo, a ponto de fazer todos os bandidos o cobiçarem e lutarem por ele.
O tomaram dele, mas no fundo o garoto sentia que o diamante tinha se entregado por vontade própria.
Aliás, se ficasse com o garoto, viveria 'preso' pra sempre naquela ilha, e com os ladrões, teria a oportunidade de viajar pelo mundo, descobrir novas coisas.
Então novamente sozinho o garoto ficou.
Durante muito tempo ele continuou caminhando na beira do mar.
Achou até outras pedras preciosas.
Mas nenhuma o satisfazia igual teu amado diamante.
O garoto começou a temer.
A temer o fato de nunca mais amar algo novamente igual amou aquele lindo diamante.
Os dias eram longos.
As noites ainda mais.
E entre elas o menino chorava como se fosse criança.
E o tempo passou.
E ele se acostumou com a perda.
Criou coragem.
Parou de chorar.
Cortou o tronco das arvores que havia na ilha.
Fez uma jangada.
Saiu da ilha.
Recomeçou sua vida.
Escreveu um livro sobre seus dias na ilha.
Ficou famoso.
Ganhou dinheiro.
Comprou diamantes.
Diversos diamantes.
Mas ainda sentia-se vazio.
Tudo o que fazia não passava de distrações.
Então um dia andando pela rua, algo o chamou a atenção.
Era uma loja de artigos antigos e usados.
Entrou.
Estava andando entre algumas estantes de livros, quando ele a viu.
Lá estava seu diamante.
Seu lindo e precioso diamante.
Um pouco machucado e arranhado.
Mas ainda lindo.
Abandonado no fundo de uma loja velha.
O garoto o pegou.
Perguntou ao dono da loja o quanto ele queria pela joia.
O dono disse que ele podia levar de graça, pois havia tempos que ele estava ali e ninguém sequer o olhava.
Satisfeito.
O garoto sentia-se satisfeito.
Largou tudo o que tinha.
E retornou a ilha.
Com seu amor.
Com seu diamante.
Lucas Vechiato
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