quinta-feira, 17 de julho de 2014

A Estação

O garoto chegara novamente a velha estação de trem.
O local estava vazio.
Havia apenas algumas pessoas.
Estavam vazias também.
Sentou num banco.
A madeira estava fria e úmida.
Acendeu um cigarro.
O tragou.
Horas se passaram.
Nenhum trem à vista.
No céu, apenas pássaros voando longe, longe.
Dias se passaram.
Na estação, as mesmas pessoas vazias, com palavras vagas e sorrisos falsos.
Meses se passaram.
No trilho, apenas as gotas de água fazendo companhia para grama que nascia entre os ferros.
Anos se passaram.
No banco, apenas os corvos fazendo companhia para o corpo já decomposto do velho garoto.

Lucas Vechiato


segunda-feira, 14 de julho de 2014

Acho esses momentos únicos. 
Momentos que você se pega olhando pela janela. 
Sorrindo pro nada, ao tomar um gole de café. 
Sentindo a sincronia entre o palpitar do coração e o tamborilar dos dedos no teclado. 
Ter que piscar duas, três vezes para sair da realidade de um livro.
Limpar as lágrimas durante um filme. 
Pausar um seriado para procurar a música de fundo.
São tantos detalhes que podem mudar o rumo do nosso dia. 
Um simples por do sol tende a deixar as coisas mais alegres. 
O interessante é que são coisas que acontecem diariamente.
E a maioria das vezes nós deixamos de aproveitar.
Mas isso não é motivo para tristeza. 
Pois a única certeza que temos é que o amanhã estará trazendo todas essa magia novamente.

Lucas Vechiato



segunda-feira, 7 de julho de 2014

Como é complicado escrever.
Tem vezes que da vontade de apagar cada palavra.
Jogar tudo pro alto.
Chega ser insano saber aonde quer chegar, mas não saber como chegar. 
É árduo.
Fatigante.
Mas quando os as letras começam a andar, e os espaços, pontos e vírgulas a correr, vejo como vale a pena.
Outra coisa que me inspira, são pessoas que também escrevem.
Cada texto alheio que leio, me faz acreditar que eu também posso. 
Me faz acreditar que ainda vou conseguir. 
Que terminarei todos os meus começos.
E usarei o ponto final. 

Lucas Vechiato